Debutando no bisturi
A busca por formas perfeitas atinge quase todas as mulheres, inclusive as adolescentes. Muitas delas, inclusive, estão procurando a cirurgia plástica para mudar o corpo ou corrigir alguma imperfeição. Para lidar com pacientes cada vez mais jovens, profissionais afirmam que é preciso avaliar o grau de maturidade de cada uma e a real necessidade de um procedimento cirúrgico
Por Alessandra Oggioni
Muitos pais nem se surpreendem mais ao ouvir o pedido de presente de aniversário da filha adolescente: uma cirurgia plástica. A onda de turbinar os seios, fazer lipoaspiração, corrigir uma imperfeição no nariz ou até mesmo reparar orelhas de abano está mesmo em alta nos consultórios médicos. Segundo a mais recente pesquisa da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), dos 629 mil procedimentos cirúrgicos estéticos realizados no Brasil entre setembro de 2007 e agosto de 2008, 8% foram feitos em adolescentes. Antes de mais nada, é preciso dizer que a Organização Mundial da Saúde (OMS) considera o período de adolescência dos 10 aos 19 anos de idade, fase em que acontece a puberdade, muitas transformações psicológicas e a passagem da infância para a vida adulta. Mas com o corpo e a personalidade ainda em pleno desenvolvimento é possível que adolescentes se submetam a um procedimento cirúrgico estético ou mesmo reparador? “Grande parte das cirurgias plásticas não pode ser realizada na puberdade, pois o adolescente ainda está sofrendo mudanças corporais”. Entretanto, o médico ressalta que com a puberdade cada vez mais precoce, a cirurgia plástica de mama, por exemplo, pode sim ser feita em pacientes de 14 anos em diante, desde que a jovem tenha ciclo menstrual há mais de dois anos. Já a otoplastia pode ser realizada a partir dos oito anos de idade, sem nenhum comprometimento ao desenvolvimento da criança.
Critérios clínicos e psicológicos
Ao receber uma jovem paciente no consultório, a primeira coisa a ser feita é uma avaliação clínica e psicológica para verificar se a garota está mesmo preparada para a cirurgia. “Nenhum médico consciente e responsável irá fazer um procedimento cirúrgico por modismo.Ele só é realizado quando existe realmente uma necessidade ou o adolescente está muito incomodado com alguma parte do corpo.” A adolescência é um período de muitas mudanças e incertezas e, por isso, o profissional deve avaliar o nível de maturidade da paciente e, se for preciso, até mesmo contraindicar a cirurgia. “A idade não é o mais importante e, sim, o amadurecimento. Existem meninas de 15 anos que já são mães, trabalham e têm responsabilidades de adultos, e outras que ainda são muito infantis, não tendo maturidade para entender e avaliar o resultado e os limites de um procedimento cirúrgico.” A psicoterapeuta Léa Michaan (SP) ressalta que a adolescência também é o período em que se inauguram as relações amorosas. Por conta disso, muitos jovens estão procurando a ajuda do bisturi mais cedo. “A adolescente ainda não conhece o seu poder de sedução e investe com muita força na aparência, apelando inclusive para as cirurgias plásticas.” Ela acredita que, para fins estéticos, muitas vezes seria mais conveniente esperar a fase adulta para decidir sobre algo tão importante. Nesse quesito, a participação dos pais se torna ainda mais importante para a orientação da adolescente. Ao perceber uma obsessão exagerada pelo corpo e por formas perfeitas, o diálogo franco e acolhedor com a filha é o melhor caminho.
Ao receber uma jovem paciente no consultório, a primeira coisa a ser feita é uma avaliação clínica e psicológica para verificar se a garota está mesmo preparada para a cirurgia. “Nenhum médico consciente e responsável irá fazer um procedimento cirúrgico por modismo.Ele só é realizado quando existe realmente uma necessidade ou o adolescente está muito incomodado com alguma parte do corpo.” A adolescência é um período de muitas mudanças e incertezas e, por isso, o profissional deve avaliar o nível de maturidade da paciente e, se for preciso, até mesmo contraindicar a cirurgia. “A idade não é o mais importante e, sim, o amadurecimento. Existem meninas de 15 anos que já são mães, trabalham e têm responsabilidades de adultos, e outras que ainda são muito infantis, não tendo maturidade para entender e avaliar o resultado e os limites de um procedimento cirúrgico.” A psicoterapeuta Léa Michaan (SP) ressalta que a adolescência também é o período em que se inauguram as relações amorosas. Por conta disso, muitos jovens estão procurando a ajuda do bisturi mais cedo. “A adolescente ainda não conhece o seu poder de sedução e investe com muita força na aparência, apelando inclusive para as cirurgias plásticas.” Ela acredita que, para fins estéticos, muitas vezes seria mais conveniente esperar a fase adulta para decidir sobre algo tão importante. Nesse quesito, a participação dos pais se torna ainda mais importante para a orientação da adolescente. Ao perceber uma obsessão exagerada pelo corpo e por formas perfeitas, o diálogo franco e acolhedor com a filha é o melhor caminho.
Pressão para um corpo perfeito
Muitas adolescentes acabam até em depressão se não conseguem atender às expectativas com relação ao corpo. “Quem não se encaixa nos padrões de beleza, apela para mudanças drásticas. Isto é uma pena, porque as adolescentes acabam perdendo a individualidade, tornando-se todos uniformizados”, diz a psicoterapeuta Léa Michaan. Para evitar quadros de depressão por conta da insatisfação exagerada com o corpo, os pais exercem um papel fundamental, tanto na orientação das adolescentes quanto como próprio exemplo. S e eles também estão com a mente ocupada com a aparência, os filhos não serão muito diferentes. A psicoterapeuta recomenda conversar sempre com os adolescentes de maneira acolhedora. “Escute os filhos com atenção para perceberem que são mais do que aparência.”
Muitas adolescentes acabam até em depressão se não conseguem atender às expectativas com relação ao corpo. “Quem não se encaixa nos padrões de beleza, apela para mudanças drásticas. Isto é uma pena, porque as adolescentes acabam perdendo a individualidade, tornando-se todos uniformizados”, diz a psicoterapeuta Léa Michaan. Para evitar quadros de depressão por conta da insatisfação exagerada com o corpo, os pais exercem um papel fundamental, tanto na orientação das adolescentes quanto como próprio exemplo. S e eles também estão com a mente ocupada com a aparência, os filhos não serão muito diferentes. A psicoterapeuta recomenda conversar sempre com os adolescentes de maneira acolhedora. “Escute os filhos com atenção para perceberem que são mais do que aparência.”
As mais pedidas dos teenagers
Mamoplastia de aumento
O implante de silicone é colocado via inframamária, periareolar, axilar, umbilical ou abdominal, normalmente de forma retroglandular (atrás da glândula) ou retromuscular (depois do músculo). A cirurgia dura entre duas e quatro horas, com anestesia geral, local ou peridural associada à sedação. O pós-operatório envolve repouso, uso de sutiã cirúrgico por 45 dias e sessões de drenagem linfática, além de não poder tomar sol por um mês e meio. O resultado é perceptível totalmente após três meses. Pode ser feita na adolescência? Sim, depois de dois anos da primeira menstruação, quando as mamas não irão aumentar mais.
Mamoplastia de aumento
O implante de silicone é colocado via inframamária, periareolar, axilar, umbilical ou abdominal, normalmente de forma retroglandular (atrás da glândula) ou retromuscular (depois do músculo). A cirurgia dura entre duas e quatro horas, com anestesia geral, local ou peridural associada à sedação. O pós-operatório envolve repouso, uso de sutiã cirúrgico por 45 dias e sessões de drenagem linfática, além de não poder tomar sol por um mês e meio. O resultado é perceptível totalmente após três meses. Pode ser feita na adolescência? Sim, depois de dois anos da primeira menstruação, quando as mamas não irão aumentar mais.
Lipoaspiração
É indicada para retirar a gordura localizada e harmonizar o contorno corporal. No procedimento, é introduzida uma cânula fina por meio de pequenas incisões junto ao púbis e ao umbigo para aspirar a gordura e remodelar a região. A anestesia é local ou peridural com sedação. O pós-operatório pede repouso por uma semana, evitar esforços excessivos por um mês e uso de cinta modeladora por três meses. Pode ser feita na adolescência? Sim, desde que o desenvolvimento físico da adolescente já tenha sido completado e após avaliação física e psicológica criteriosa do profissional.
É indicada para retirar a gordura localizada e harmonizar o contorno corporal. No procedimento, é introduzida uma cânula fina por meio de pequenas incisões junto ao púbis e ao umbigo para aspirar a gordura e remodelar a região. A anestesia é local ou peridural com sedação. O pós-operatório pede repouso por uma semana, evitar esforços excessivos por um mês e uso de cinta modeladora por três meses. Pode ser feita na adolescência? Sim, desde que o desenvolvimento físico da adolescente já tenha sido completado e após avaliação física e psicológica criteriosa do profissional.
Otoplastia
É recomendada para pacientes com orelha de abano. O médico faz uma pequena incisão atrás da orelha para retirar a pele em excesso e descolar a cartilagem, modelando uma nova dobra superior. A cirurgia dura cerca de uma hora, com anestesia geral, para crianças de até nove anos, e local com sedação para as demais idades. No pós-operatório não é permitido manipular a região. Pode ser feita na adolescência? Sim, o procedimento pode ser realizado a partir dos quatro anos de idade.
É recomendada para pacientes com orelha de abano. O médico faz uma pequena incisão atrás da orelha para retirar a pele em excesso e descolar a cartilagem, modelando uma nova dobra superior. A cirurgia dura cerca de uma hora, com anestesia geral, para crianças de até nove anos, e local com sedação para as demais idades. No pós-operatório não é permitido manipular a região. Pode ser feita na adolescência? Sim, o procedimento pode ser realizado a partir dos quatro anos de idade.
Rinoplastia
É a cirurgia plástica no nariz, indicada para pacientes incomodados com seu tamanho ou formato. A cirurgia varia de uma a duas horas, com anestesia local com sedação ou geral, dependendo do caso. As incisões internas não deixam cicatrizes aparentes. Já os procedimentos de cortes externos, feitos na dobra do nariz, deixam marcas camufladas e pouco aparentes. O pós-operatório inclui imobilização do nariz com material plástico e tamponamento nasal por 24 a 48 horas, para conter o sangramento. Também é necessário repouso e dormir com a cabeça elevada. Pode ser feita na adolescência? Sim, seja por razões estéticas ou por problemas respiratórios, como septo nasal e sinusite.
É a cirurgia plástica no nariz, indicada para pacientes incomodados com seu tamanho ou formato. A cirurgia varia de uma a duas horas, com anestesia local com sedação ou geral, dependendo do caso. As incisões internas não deixam cicatrizes aparentes. Já os procedimentos de cortes externos, feitos na dobra do nariz, deixam marcas camufladas e pouco aparentes. O pós-operatório inclui imobilização do nariz com material plástico e tamponamento nasal por 24 a 48 horas, para conter o sangramento. Também é necessário repouso e dormir com a cabeça elevada. Pode ser feita na adolescência? Sim, seja por razões estéticas ou por problemas respiratórios, como septo nasal e sinusite.
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